Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono
Roncos
Quando a via aérea está parcialmente bloqueada, para o ar atingir os pulmões,
o tórax tenta aumentar a pressão negativa com mais contração muscular,
provocando uma vibração das partes moles do palato, que gera o ronco.
O ronco não só incomoda os companheiros de quarto, mas também indica uma
resistência à passagem de ar, podendo ser um sintoma da Síndrome da Apneia
Obstrutiva do Sono.
Aumento de peso, consumo de álcool, uso de sedativos, privação de sono, as
obstruções nasais e de orofaringe podem piorar os roncos. Em caso de ronco
habitual ou diário, um médico deve ser consultado.
Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono
Doença caracterizada por colapso parcial ou completo das vias aéreas
superiores, repetidamente durante o sono. Esses tecidos podem obstruir a via
aérea o suficiente para gerar queda dos níveis de oxigênio no sangue e
despertares frequentes, dos quais não se recordam muitas vezes, por serem
muito breves.
Esses despertares frequentes com hipóxia intermitente são associados à
hipertensão arterial sistêmica, eventos cardiovasculares, síndrome metabólica,
além de roncos, fadiga, sonolência excessiva diurna e comprometimento da
memória. Um em cada 3 moradores da cidade de São Paulo apresenta esta
síndrome.
Síndrome de Resistência de Vias Aéreas Superiores
Doença semelhante à Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono no qual há
estreitamento parcial das vias aéreas superiores sem critérios para definir a
apneia obstrutiva do sono. O aumento do esforço ventilatório para tentar vencer
resistência das vias aéreas leva à fragmentação do sono e à sonolência excessiva
diurna. Alguns destes pacientes queixam-se de roncos, redução de memória,
sono não restaurador e despertares frequentes do sono.
Apneia Central do Sono e Hipoventilação relacionada
ao sono
A apneia central do sono ocorre quando cérebro ou músculos não conseguem
efetuar a respiração durante o sono.
A hipoventilação relacionada ao sono é caracterizada por um controle
respiratório pouco sensível à redução dos níveis de oxigênio, sendo mais
responsivo ao aumento dos níveis de gás carbônico no sangue.
Insônia
Insônia é uma desordem do sono com alta prevalência definida por sintomas
noturnos e diurnos. À noite, há uma dificuldade recorrente em iniciar ou manter o
sono. Durante o dia, o paciente queixa-se de sono não restaurador, dificuldade
em concentrar-se, fadiga, preocupação com o sono. Um em cada dez americanos
sofrem de insônia. Nem todo paciente com distúrbios do sono tem insônia.
Muitos insones podem identificar uma causa específica da insônia. Há fatores
precipitantes, como estresses
profissionais ou familiares, que
podem iniciar ou recidivar um quadro
de insônia. Outros fatores, como dor
crônica, depressão, ansiedade,
doença do refluxo gastresofágico,
asma não controlada, necessidade
de urinar a noite repetidamente e
hábitos inadequados podem
perpetuar esse distúrbio.
Distúrbio de Trabalhadores de Turnos e
Distúrbios do Ritmo Circadiano
A desordem do ritmo circadiano ocorre quando há desordem do relógio
biológico. Os tipos mais comuns são Síndrome do Atraso de Fase, a Síndrome do
Avanço de Fase e Distúrbio dos Trabalhadores de turnos.
Síndrome do Atraso de Fase
Há dificuldade de dormir cedo e de acordar cedo, mas durante as férias, quando
dorme no horário que gostaria, os sintomas de sonolência, fadiga e irritabilidade
melhoram. Comum em adolescentes, muitas vezes dificulta chegar cedo, pela
manhã, na escola ou no trabalho, por exemplo.
Síndrome do Avanço de Fase
Geralmente dormem cedo e acordam cedo. Há dificuldade de manter-se
acordado até tarde. Muitas vezes acordam de madrugada, sem sono, precisando
ser diferenciados dos insones. Muito prevalente em idosos.
Distúrbio dos Trabalhadores de turnos
Pessoas que trabalham em turnos noturnos ou rotativos podem ter dificuldade
de iniciar ou manter o sono ou ainda podem ter sonolência excessiva e
irritabilidade quando acordados. Outros sintomas são: dificuldade de
concentração, dores de cabeça, fadiga, sono não restaurador, uma vez que há
uma ruptura do padrão de sono-vigília estabelecido pelo relógio biológico.
Distúrbios de Movimentos durante o Sono
e Síndrome de Pernas Inquietas
Síndrome de pernas inquietas (SPI) e movimento periódico de membros durante o
sono (Periodic Limb Moviments during Sleep – PLMS) não devem ser
confundidos. PLMS é um achado na polissonografia de movimentos que ocorrem
durante o sono, sem a consciência do paciente, gerando fragmentação e sono
não reparador. Pode ocorrer em outros segmentos do corpo, não apenas nas
pernas. Muitos pacientes que tem movimentos periódicos de membros durante
o sono não tem síndrome de pernas inquietas.
SPI são sensações desagradáveis nas pernas que ocorrem à noite, pioram em
repouso, melhoram com movimentos e massagem, deixando muitas vezes o
indivíduo acordado. A SPI está relacionada a alterações do sistema
dopaminérgico. Circunstâncias que propiciam SPI são: Gestação, deficiência de
ferro, insuficiência renal e algumas neuropatias. Geralmente o diagnóstico de SPI
é realizado na anamnese com o médico.
Narcolepsia, Hiperssonias e sonolência
excessiva diurna
Narcolepsia e Hiperssonias se referem a um grupo de causas de sonolência
excessiva diurna, diferente de privação de sono (número de horas de sono
insuficiente) ou distúrbios respiratórios do sono como Síndrome de Apneia
Obstrutiva do Sono.
Na narcolepsia, além da sonolência excessiva diurna, há uma tendência a
entrar logo no sono REM (Rapid Eyes Movement), tendo cochilos reparadores.
Na hiperssonia idiopática há uma sonolência excessiva, com número excessivo
de horas de sono, sem entrar precocemente no sono REM e sem cochilos
reparadores.
O que é a narcolepsia, é só uma sonolência excessiva?
A narcolepsia é caracterizada por sonolência excessiva diurna, sono REM precoce
e cataplexia. A pessoa pode ter sonolência em locais inapropriados, com cochilos
reparadores. Narcolépticos podem entrar no sono REM antes de 15 minutos,
diferente da maior parte das pessoas que entrariam em REM após 90 minutos
de sono quando não são privadas de sono.
A cataplexia pode ser descrita como sensação de fraqueza ou paralisia
temporária de pernas, músculos faciais ou outras partes do corpo após risadas
ou fortes emoções. A narcolepsia com cataplexia está associada a baixos níveis
de hipocretina no líquor.
Alguns referem paralisia do sono, dificuldade de se mover por segundos ou
minutos após acordar; alucinações hipnagógicas, enxergando imagens antes de
dormir, como se entrassem no sonho precocemente e, apesar de dormir
rapidamente, pode haver dificuldade em manter o sono.
Para diagnosticar corretamente a narcolepsia, é necessário descartar outros
distúrbios, como privação de sono, insônia, distúrbios de ritmo circadiano, apneia
do sono, doenças psiquiátricas, como depressão, além de avaliação médica para
pesquisa de outros distúrbios como hipotiroidismo, por exemplo. Especialistas
recomendam dois exames para diagnosticar narcolepsia: a polissonografia de
noite inteira, seguida do teste de múltiplas latências do sono (TMLS).
Sonambulismo e outras parassonias
Sonambulismo pode ocorrer quando a pessoa levanta-se da cama e anda pela
casa, muitas vezes com os olhos abertos, respondendo inadequadamente às
pessoas que falam com ela e não se recordam do ocorrido.
Terror noturno é caracterizado por episódios de medo, confusão, com gritos ou
choro inconsolável à noite, no qual a pessoa está de olhos abertos, mas
responde às pessoas que falam com ela de modo diferente do habitual e também
não se recordam do ocorrido.
Despertares confusionais ocorrem quando a pessoa dormindo permanece de
olhos abertos na cama desorientada, com um comportamento não usual.
Distúrbio comportamental do sono REM ocorre com o aumento do tônus
muscular durante o sono REM, comportando-se e movendo-se como nos seus
sonhos. Isso pode machucar o próprio paciente e o companheiro de quarto.
Pesadelos são sonhos vívidos com conteúdo ameaçador, gerando medo intenso
e ansiedade. Geralmente a pessoa lembra-se do sonho, conseguindo contá-lo.